E ai pessoal que acompanha a Equipe Pé na Trilha! Hoje com novidades! Bem a primeira novidade é que daremos início a trabalhos de review de equipamentos de montanhismo. Outra novidade é que também daremos início a estudos que possuem relevância para a prática de esportes ao ar livre, principalmente Trekking e Hiking.
Então vamos para nosso primeiro estudo!
Começando pelo começo, importa ressaltar que a definição de tempo não se confunde com a outorgada ao clima. Assim, vamos dar uma olhada em algumas noções básicas.
Noções básicas:
Ao se empregar a terminologia tempo, visto sob uma ótica do estudo da meteorologia, se define pela previsão a curto prazo, sobre um intervalo de tempo determinado e próximo, em relação a eventos meteorológicos. Por outro lado, entende-se por clima um período a longo prazo, que Organização Mundial de Meteorologia (WMO), considera o lapso de 30 (trinta) anos.
Tendo estas noções básicas e de cunho meramente didático, é relevante conhecer algumas noções referentes aos barômetros e termômetros.
Para aqueles que não conhecem o barômetro, enquanto instrumento de utilidade meteorológica, trago um pequeno estudo acerca de sua existência, finalidade e criação.
Essencialmente o barômetro surgiu para aferir a pressão atmosférica. Criado pelo evangelista Torricelli, no século XVII, com o emprego de tubos de ensaio, receptáculos e mercúrio, possui um sistema curioso, que utiliza dentre várias atribuições, a gravidade. Sabendo-se que o ar, enquanto aglomerado de gases, possui massa e peso, sob as forças gravitacionais, realiza pressão sobre sólidos, fluídos e outros gases. Para elucidar a questão me valho de singela dissertação obtida no Wikipédia:
"Torricelli observou que, se a abertura de um tubo de vidro fosse cheia com mercúrio, a pressão atmosférica iria afetar o peso da coluna de mercúrio no tubo. Quanto maior a pressão do ar, mais comprida fica a coluna de mercúrio. Assim, a pressão pode ser calculada, multiplicando-se a altura da coluna de mercúrio pela densidade do mercúrio e pela aceleração da gravidade. Ao nível do mar, a pressão atmosférica é de cerca de 15 libras por polegada quadrada, 29,9 polegadas de mercúrio ou 760 milímetros de mercúrio (760 mmHg). Isto é equivalente a 101,3 quilopascals (101,3 kPa), a unidade de pressão utilizada pelos meteorologistas, além dos milibares."(http://pt.wikipedia.org/wiki/Bar%C3%B3metro).
Assim, tem-se em mente que quanto menor a temperatura do ar, maior sua densidade, portanto o metro cúbico de ar se torna mais pesado. Em relação às massas de ar quentes, vale a mesma lógica, contudo inversa, quanto maior a temperatura da massa de ar, menor seu peso, pois os gases se expandem.
Portanto as massas de ar possuem relação direta com à previsibilidade do tempo. Deste modo, temperatura e pressão, em termos de previsibilidade meteorológica, caminha juntas, razão pela qual se ter noções básicas de leitura de barômetros e termômetros, bem como saber se utilizar da combinação desses equipamentos pode ser um grande trunfo para um montanhista ou escalador.
Leitura de Barômetro:
Para o conhecimento básico, basta se ter em mente que baixando os registros barométricos, a probabilidade de tempo ruim é grande.
Para o conhecimento intermediário, me valho de algumas considerações extraídas da internet:
"O primeiro passo para usar o barómetro é a anotação diária, na mesma hora, da pressão atmosférica. Caso o seu barómetro indique condições fixas para tempo bom / instável / chuva, não ligue. Estas marcações são válidas apenas para o hemisfério norte. Aqui, o que importa é a variação da pressão de um dia para o outro.
A queda de um milibar (mb) ou milímetro de mercúrio (mmhg), de um dia para outro, pode não dizer muito, mas se a tendência se mantiver no terceiro dia pode indicar que a chuva está chegando, bem devagar.
A queda lenta da pressão indica a chegada de um sistema de baixas pressões fraco, que pode ser uma frente fria ou uma área de instabilidade com pouca actividade chuvosa.
Uma queda de 2 a 3 milibares em 24 horas é uma tendência significativa, indicando grandes mudanças que podem demorar 24 ou 48 horas para atingir a região. Neste caso a chuva tem intensidade de fraca à moderada.
De 3 a 5 milibares de queda em 24 horas, indica mudança brusca que pode ser forte, no mesmo dia. Valores mais altos que esses indicam a chegada de sistemas de tempo muito fortes, difíceis de ocorrer no Brasil.
Para conhecimento avançado, utilizo-me de algumas informações extraídas do site popa.com.br:
A previsão do tempo é feita pelos institutos de meteorologia com base em estudos das variações de calor, pressão, ventos e umidade. Cada um desses elementos é avaliado por um aparelho específico: calor pelo termômetro, a pressão atmosférica pelo barômetro, o vento pelo anemômetro e a umidade pelo higrômetro.
(...) a leitura combinada dos valores do barômetro com os do termômetro é suficiente para prever o tempo com razoável margem de acerto. (...)
A chegada de uma frente fria, com ventos fortes e chuvas, pode ser prevista pelas alterações bruscas do barômetro e do termômetro: a pressão cai rapidamente e a temperatura sobe com igual velocidade. É bom não facilitar e tomar as medidas necessárias para enfrentar o mau tempo.
Da mesma maneira, se o barômetro está subindo, é sinal que o tempo será bom. Outro detalhe: a velocidade com que a pressão se modifica é parâmetro para saber a duração do tempo. Por exemplo, se a mudança for brusca, o mau tempo será de curta duração e o bom tempo logo voltará. Se for lenta, podemos prever que o mau tempo terá longa duração.
Embora a leitura conjunta do barômetro e do termômetro permita acertar, com bastante freqüência, as condições do tempo, não se pode confiar integralmente nesta previsão.
Principalmente no final do outono, no inverno e na primavera, ocorre um fenômeno nas proximidades na Bacia do Prata que desmente as previsões feitas a partir do barômetro: as massas polares penetram com maior intensidade e podem provocar chuva mesmo que a indicação seja de pressão alta. No Brasil, este quadro se configura desde o litoral do Rio Grande do Sul até o Espírito Santo.
De qualquer maneira, é fundamental manter-se atento à leitura do barômetro. À noite, a pressão fica estabilizada e, de manhã, por volta das 10 horas, começa a haver um declínio natural. No final da tarde volta a subir e à noite novamente se estabiliza. Este é o movimento normal, qualquer alteração deve nos alertar.
Uma queda de pressão de cinco milibares no espaço de seis horas dá o que pensar. No Sul pode nem significar tempestade mas, pelo menos, ventos fortes.
Assim, acompanhamento é tudo para a previsão do tempo, contudo, caso repentinamente o registro barométrico diminua consideravelmente, se prepare, pois muito provavelmente vem tempo ruim.
Leitura de termômetro:
Creio que seja desnecessário comentários acerca da leitura de termômetros, contudo vale destacar que para previsão meteorológica o auxílio do termômetro terá grande valia, pois suas informações aliadas às do barômetro aumentaram em muito a chance de acerto da sua previsão do tempo.
Correlação termômetro e barômetro e resultados práticos:
Com todo o conhecimento acima, você certamente estará preparado para prever o tempo. Então, seguem algumas correlações entre os equipamentos comentados e uma expectativa prática para o tempo que virá. Grave algumas poucas combinações de resultado e sua escalada estará garantida! Seguem as combinações genéricas:
1. AUMENTO DO BARÔMETRO + AUMENTO DA TEMPERATURA = TEMPO BOM, COM VENTOS SECOS E QUENTES;
2. AUMENTO DO BARÔMETRO + INALTERAÇÃO DA TEMPERATURA = TEMPO BOM, COM VENTO LESTE MENOS QUENTES;
3. AUMENTO DO BARÔMETRO + DIMINUIÇÃO DA TEMPERATURA = TEMPO BOM, COM VENTO SUL E SUDESTE FRIOS;
4. INALTERAÇÃO DO BARÔMETRO + AUMENTO DA TEMPERATURA = MUDANÇA PARA TEMPO BOM, COM VENTO LESTE;
5. INALTERAÇÃO DO BARÔMETRO + INALTERAÇÃO DA TEMPERATURA = TEMPO INCERTO;
6. INALTERAÇÃO DO BARÔMETRO + DIMINUIÇÃO DA TEMPERATURA = PROBABILIDADE DE CHUVA, COM VENTOS SUL E SUDESTE;
7. DIMINUIÇÃO DO BARÔMETRO + AUMENTO DA TEMPERATURA = TEMPO INSTÁVEL, COM PROBABILIDADE DE APROXIMAÇÃO DE FRENTE;
8. DIMINUIÇÃO DO BARÔMETRO + INALTERAÇÃO DA TEMPERATURA = APROXIMAÇÃO DE FRENTE QUENTE, COM PROBABILIDADE DE CHUVAS;
9. DIMINUIÇÃO DO BARÔMETRO + DIMINUIÇÃO DA TEMPERATURA = CHUVAS E VENTOS FORTES.
Pessoal por enquanto é só, mas aguardem futuras postagens e review's quentinhos saindo do forno na forma de vídeo só para vocês!
Um grande abraço! Atte. Equipe Pé na Trilha Curitiba.
O presente estudo é baseado em pesquisa própria, para uso próprio. As informações aqui contidas podem não estar absolutamente corretas. Caso possua alguma informação diferente das aqui postadas ou, ainda, souber de algo que possa agregar, por favor contribua com sua mensagem!