quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Travessia ALFA CRUCIS, uma conquista paranaense!


Demonstrativo aéreo do percurso - Google Earth

Pessoal, não podíamos deixar de realizar uma singela homenagem aos nossos colegas montanhistas que realizaram a façanha de atravessar a ALFA CRUCIS! É para os montanhistas e aventureiros paranaenses se orgulharem, mas não se empenharem em realizar o trajeto sem experiência, pois afinal, como disse Elcio, que realizou a travessia:  “É tanto mato e tanto morro que não sei se eu mato ou se morro”.

Segue a matéria publicada no site da Go Outside, texto redigido por Pedro Hauk:


"Mato e morro


Dois renomados montanhistas brasileiros completam a mítica travessia Alfa Crucis, no Paraná, em uma aventura grandiosa que durou dez dias e passou por 44 cumes

Por Pedro Hauck

FORAM MAIS DE 50 ANOS aguardando a conquista do feito. Até que, finalmente, dois montanhistas brasileiros conseguiram a proeza, cravando seus nomes na história do esporte no país. Acima de tudo, provaram algo que muitos duvidavam: sim, é possível percorrer com sucesso a maior travessia entre montanhas do Paraná, batizada de Alfa Crucis. Para isso, Elcio Douglas Ferreira e Jurandir Constantino andaram, durante dez dias sem parar, 102,5 quilômetros de trilhas pela Serra do Mar, em uma expedição que alcançou o cume de 44 picos daquele estado. 

Uma travessia nada mais é do começar a caminhar em um ponto e terminar em outro, ascendendo uma sequência de cumes. E, por uma série de razões, a Alfa Crucis pode não ser apenas a maior travessia do Brasil como também a mais difícil já realizada em nossas montanhas. A Serra do Mar não têm grandes altitudes – suas montanhas são todas inferiores a 2.000 metros. Essa característica, no entanto, cria condições para a existência de uma densa cobertura vegetal, o que dificulta o montanhismo. O sobe-e-desce é constante, e há todo tipo de vegetação por lá, de florestas com árvores gigantes a charcos que atolam até o joelho. O clima também não colabora, com muita umidade e locais que nunca secam. 

Apesar de tantas dificuldades, a dupla mostrou que tem talento, experiência e garra de sobra, como já sabiam gerações e gerações de montanhistas paranaenses. Elcio, que tem 43 anos, usa óculos e não possui físico de atleta, é famoso por andar rápido nas trilhas e por ser um cara que conhece bem os matos do Paraná. Ele é um “rato” da Serra do Mar e prefere melhorar seus tempos em cumes já conhecidos a frequentar outras montanhas Brasil afora. Elcio tem alta capacidade cardiorrespiratória e resistência. E não costuma levar nada na mochila, para andar leve e ligeiro: há anos que não acampa com barraca, não leva fogareiro e limita sua alimentação a amendoim, chocolate e suco de goiaba. Antes de sentir fome, ele já chegou ao final da trilha. Em 2008, fez o cume do Aconcágua, a montanha mais alta dos Andes, em apenas três dias, sem guia, sem aclimatação e sem nunca ter estado lá antes – ele ainda esnobou, chegando ao topo de camiseta!



DESAFIO PARANAENSE: Cenas da travessia Alfa Crucis

Já o montanhista Jurandir Constantino, de 35 anos, é mais discreto e sossegado. Conhece muito bem as montanhas paranaenses, a ponto de ter um cume na Serra do Mar batizado em sua homenagem. O jeitão de “normal” não engana: ele é amigo de Elcio e o único que consegue acompanhá-lo em suas aventuras.

ERA QUASE MEIA-NOITE do dia 28 de junho quando desembarcaram em Bairro Alto, no distrito paranaense de Antonina, três sujeitos com mochilas, botas e roupas surradas que provocaram estranheza entre a população que vive no sopé da Serra do Mar. Apressados, Elcio, Jurandir e o amigo Ivon Cesar (que faria apenas parte da travessia) não tardaram em atravessar as ruas de casinhas simples, construídas para abrigar os trabalhadores da construção de uma usina hidrelétrica na década de 1950, hoje desativada.

Rapidamente os amigos adentraram a floresta pelo caminho abandonado da antiga usina. Atravessaram ruínas de aquedutos e chegaram à antiga picada do Cristóvão, uma trilha de índios de algumas centenas de anos. Em plena madrugada, alcançaram o primeiro cume de sua epopéia, o Guaricana, de 1.530 metros.

Após um breve descanso, o trio rumou em direção ao ainda desconhecido Ferreiro (1.540 metros), morro que só recentemente ganhou uma trilha. No topo, os montanhistas tiveram que abrir uma continuação dessa picada, fazendo a travessia até o próximo pico, o Ferraria (1.760 metros). Foi um longo dia combatendo a vegetação fechada e espinhenta conhecida como quiçaça para, enfim, chegar ao cume do Ferraria, onde passaram a segunda noite.

No terceiro dia, os montanhistas aproveitaram o “luxo” de terem uma trilha para caminhar até o Taipabuçu (1.740 metros). A seguir, escalaram com facilidade o turístico Caratuva (1.860 metros). Descendo aquela montanha pela face sudeste, eles atravessaram a crista, o “elo de ligação” que separa o Caratuva do maciço isolado onde fica o Pico Paraná (1.877 metros), a montanha mais alta do sul do Brasil.

Os três desceram o Paraná por um caminho que para muitos já significaria a aventura da vida e, depois, fizeram o Tupipiá (1.550 metros), acessado por um caminho vertical de “trepa-mato”. Regressando de lá, visitaram os topos de dois outros cumes que compõem o maciço do “PP”, como é carinhosamente chamada a montanha mais alta do estado. À Meia-noite, alcançavam o topo do Itapiroca (1.800 metros) para seu terceiro pernoite.

No quarto dia, o grupo enfrentou uma trilha difícil, pouco frequentada e cheia de pontos confusos: o caminho entre o Itapiroca e o Siririca (1.705 metros), que já fez muita gente se perder. Ao sul da Siririca, há uma pequena serra composta por três cumes – os Agudos da Lontra (1.417 metros), da Cotia (1.456 metros) e da Cuíca (1.350 metros), montanhas com as trilhas mais remotas da Serra do Mar. O grupo pôde então descansar em um planalto com vegetação campestre. Sem árvores para esticar sua lona, único abrigo que levaram para a travessia, tiveram de bivacar ao relento, num hotel “mil estrelas”.

FRIO FAZ PARTE: Jurandir todo encapotado, durante a travessia

DALI PRA FRENTE, A TRILHA PASSA a ser feita em rios. Descendo o rio Forquilha, rapidamente deixaram os campos abertos e adentraram uma floresta pluvial. Como se não bastasse a água gelada, que obedecendo à Lei de Murphy sempre bate na altura do “termômetro masculino”, o leito pedregoso desafiava cada passo. 

Com muito faro de navegação, os três conseguiram sair do rio no lugar certo e começar a circular por entre as centenas de trilhas de palmiteiros e caçadores, que praticam suas atividades ilegais à sombra das autoridades. No papel, ali fica o Parque Estadual Roberto Ribas Lange, mas, na prática, não há parque algum. No final da tarde, chegaram à estrada da Graciosa. Ivon Cesar aproveitou o contato com a civilização para dizer adeus à aventura e a suas férias. Elcio e Jurandir, no entanto, sabiam que ainda tinham muito trabalho pela frente. À noite, ficaram perto das ruínas da Casa Garbes, uma antiga mansão de pedra.

Com a ascensão do morro do Sete na manhã seguinte, a dupla começava a realizar a travessia do segundo bloco montanhoso, o da Farinha Seca. Lá, os cumes são próximos, mas entre as montanhas há enormes desníveis, quase sempre superiores a 500 metros. Apesar da dificuldade, a dupla conseguiu atravessar vários picos, descansando apenas à meia-noite do sexto dia, no cume do Morro dos Macacos (1.180 metros).

No dia seguinte, chegaram ao Morro do Balança (950 metros), onde há 15 anos faleceu Oséias Gonçalves Araujo, o “Black”, durante a primeira tentativa de percorrer o caminho, com Elcio. O acidente não foi por acaso: os mais de mil metros de desnível, aliado à inclinação das encostas e ao mau tempo revelaram-se fatais. Superando o trauma, Elcio passou novamente por essa montanha e pernoitou no final do sétimo dia na vila do Marumbi, no começo da última serra que a dupla teria que enfrentar.
O caminho dali em diante teria que ser percorrido na surdina. O Marumbi é o único parque da Serra do Mar com alguma estrutura mas, contraditoriamente, dois-terços de sua área é proibida para visitação. Subindo por uma das trilhas permitidas, a dupla fez mais cinco cumes, entre eles o da Esfinge (1.330 metros) e o Ponta do Tigre (1.380 metros). O fechamento de grande parte do parque a turistas resultou em uma vegetação espinhenta que dificultou muito a caminhada. Nessa noite eles pernoitaram no cume do Pelado (1.512 metros), onde acaba essa trilha.

Com a meta de finalizarem a travessia, a dupla acordou às seis da manhã. Os planos, no entanto, foram por água abaixo. Uma vegetação espinhenta e infernal fechou o caminho completamente. Sem facão, eles tiveram que atravessar a quiçaça rasgando a carne nos bambus e cipós. 

Naquela noite a janela de bom tempo se fechou, e o vento não tardou em trazer para a serra toda uma massa de ar fria que descarregou um aguaceiro nas montanhas. Sem barracas, Elcio e Jurandir tiveram que se espremer embaixo da pequena lona. Foi uma noite longa e sofrida. Nas primeiras horas do dia, a dupla estava hipotérmica e teve que lutar para se colocar em marcha. Nada do que eles traziam na mochila estava seco e, para piorar, já não havia nada para comer. Eles tiveram que gastar as últimas calorias para ascenderem morros como o Ferradura (1.404 metros) e o do Canal (1.370 metros), finalizando a travessia no sítio do “seu Toninho”. Não havia ninguém por ali para recebê-los, sem poder comemorar o feito, a dupla ainda caminhou uma dezena de quilômetros até a BR 277, onde foram “resgatados” por um irmão de Elcio, no final do décimo dia de expedição. 

VERDEJANTE: Paisagem da serra do Mar paranaense 

NA DÉCADA DE 1990, a abertura das travessias da Serra Fina e da Marins Itaguaré, na Serra da Mantiqueira, contribuiu para a consolidação do conceito de travessias em montanhas. Isso incentivou novas aventuras desse tipo pelo Brasil, aumentando os desafios do montanhismo de caminhada no país. 

Infelizmente, pouco tempo depois, os parques começaram uma política restritiva, fazendo planos de manejo cada vez mais proibitivos à visitação do público. Como resultado, a Alfa Crucis não podia ser realizada. Uma década e meia depois, com a revisão dessas políticas, diversas travessias antes fechadas voltaram a ser freqüentadas. No Paraná, as autoridades ambientais ainda não estão seguindo a tendência de flexibilizar as restrições, mas mesmo assim os montanhistas locais não desistem de resgatar antigos caminhos e trilhar outros novos.

A Alfa Crucis, por sua enorme dificuldade, não deve se popularizar facilmente. Como bem brincou Elcio: “É tanto mato e tanto morro que não sei se eu mato ou se morro”. Mas, se as travessias fossem incentivadas pelos governos, talvez deixássemos de ver tantos caçadores e palmiteiros ilegais nas trilhas e a Alfa Crucis poderia se tornar um destino turístico, nos moldes da Trilha John Muir, no Yosemite (EUA), uma das maiores travessias do mundo. Enquanto isso não acontece, podemos pelo menos parabenizar Elcio e Jurandir por sua coragem, resistência e paixão verdadeira pelas travessias brasileiras."

Fonte: Go Outside

Valeu Elcio e Jurandir por mais essa conquista paranaense!

Um abraço a todos!

Atte. Equipe Pé na Trilha Curitiba

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Head Lamp's de Baixo Custo



Olá pessoal que acompanha nossas aventuras! Hoje vamos com mais um vídeo da série de estudos e review’s!

Este review, com um toque de estudo, é voltado para você que curte a prática de esportes de aventura ao ar livre, mas não tem tanta grana para a compra de equipamentos de alto desempenho. Dinheiro não é e nunca vai ser o problema! O objetivo é se divertir, mas sempre com segurança.

Certamente segurança é um dos maiores focos dos amantes da natureza e esportes radicais, por isso hoje iremos falar de lanternas de baixo custo, equipamento indispensável para suas aventuras.

De início já digo que existem boas lanternas de cabeça, isto é, head lamp’s, no mercado especializado e comércio geral. A faixa de preço das lanternas de cabeça varia de R$ 10,00 até quanto o seu bolso puder pagar. Não aconselho a ninguém comprar um equipamento muito barato, pois infelizmente, em regra, a tendência é que preço e qualidade caminhem juntos. Mesmo assim, para você que não tem tanto dinheiro, é possível achar alguns modelos bem acessíveis no mercado. 

Hoje marcas como a Nautika, Coleman e Quechua possuem modelos muito bons e relativamente acessíveis, por volta de R$ 50,00 a R$ 70,00, porém se você não possui condições para comprar algum dos modelos oferecidos pelas marcas citadas ou, ainda, modelos superiores como os produzidos pelas famosas marcas Black Diamod e Petzl, você poderá encontrar algumas boas opções no comércio geral. Certamente não são equipamentos com uma margem de confiança elevada, porém se o grau de exigência do equipamento não for elevado, os modelos mais baratos encontrados em lojas de conveniências, supermercados, lojas de construção e etc atenderão às suas exigências.

De forma breve você poderá ter um parâmetro de comparação em termos de qualidade, intensidade luminosa e confiança entre modelos básicos de baixo custo e modelos semi-profissionais e profissionais de head lamp's.

Então chega de ler e vamos assistir mais um vídeo da série de review's e estudos de equipamentos:


É isso ai pessoal, depois de assistir o vídeo acho que já dá para ter uma noção da importância desse equipamento! Vale lembrar que economizar nem sempre é vantagem quando falamos de segurança. Mesmo assim, se você não possuir verba suficiente para a comprar de bons equipamentos, sempre busque o melhor custo/benefício e curta a sua pernada em segurança!

A Equipe Pé na Trilha Curitiba agradece a sua visita e já aproveitamos para te convidar para uma de nossas aventuras! Entre em contato conosco e deixe sua mensagem em nosso Facebook (www.facebook.com/penatrilhacuritiba).


domingo, 7 de outubro de 2012

Isolantes térmicos, a GRANDE questão!



EVA
Self Inflating air Mattresse
Air Pad













Salve pessoal! Hoje vamos com um estudo que surgiu de uma forma inusitada!

Estava eu navegando em um dos meus sites favoritos, qual seja MOCHILEIROS.COM, e me deparei com a seguinte pergunta, com o devido respeito a pessoa que realizou, repasso-a aos leitores:

###### escreveu:
Olá a todos.
Sai do forum de sacos de dormir e vim até aqui para complementar meus conhecimentos e necessidades em acampamentos de bivaque ( aprendi! rs)
Comentei por lá que meu maior problema é a coluna. Tenho escoliose e diferença de tamanho de 10mm entre as pernas desde criança, e isso prejudica muito minha caminhada.Levando peso então, nem se fala... :roll: 


Eu fiquei bem perdida por conta disso aqui, já que os preços dos isolantes infláveis achei mto alto e são mais pesados que os isolantes de EVA, que sao duros e desconfortaveis... Aí os isolantes inflaveis periga de furar e te deixar na mão.

Por conta do valor e durabilidade pensei em experimentar os de EVA e comprar num esquema como foi citado aqui, procurar em loja de material de sapataria ou (acabo de esquecer o outro local que foi sugerido. rs. Vou reler...)


Alguem por aqui sofre de dor nas costas como eu e teria uma sugestão ou um depoimento de experiencia com isolantes. Acabo de concluir que mais do que o saco, ele é A peça para proporcionar conforto na hora do sono.



Gratidão!

######

Depois de analisar a questão e lembrar de todas as expedições que fizemos, conversas que tive com nosso colega Lucas, integrante da Equipe Pé na Trilha Curitiba, em que sempre brincávamos que a busca por um sono perfeito na montanha era o nosso sonho, surge essa pergunta fantástica! Ótima pergunta!

Realmente a dificuldade de se ter uma boa noite de sono na montanha é um obstáculo a ser superado por todo aventureiro. Sempre o que fala mais alto é a experiência de estar em um ambiente estranho a tudo aquilo que lhe cerca no dia-a-dia. Assim, poucas vezes nos deparamos com essa pergunta: - "Como dormir bem em uma boa aventura?". Olha confesso que não foi uma tarefa fácil de resolver.

Só o tempo e a experiência aperfeiçoam o gosto e lapidam o aventureiro. Daí surgem aventureiros mais exigentes que não abrem mão de certos confortos e, de mesma forma, aventureiros que com o tempo percebem que certas coisas se tornam dispensáveis e acabam por se tornar os famosos "minimalistas", ou seja, a experiência faz deles exímios em tudo o que fazem, inclusive em curtir o máximo com o mínimo de recursos possíveis as mãos.

Bem o fato é que já vi pessoas com vasta experiência e absolutamente minimalistas, contudo nunca vi uma pessoa sequer que abrisse mão de um bom isolante térmico, mesmo porquê é um item essencial, muitas vezes, para própria sobrevivência.

Por ser um item fundamental à sobrevivência, todos, sem exceção, obviamente aqueles que possuem noções mínimas de camping, montanhismo, esportes ao ar livre e aventura, sabem da relevância desse item. Ainda assim, mesmo sendo absurdamente relevante, as pessoas os buscam por outros motivos além do óbvio, isto é, elas querem conforto. Sim conforto.

Mas como ter conforto com um isolante de 6 milímetros de EVA? Respondo: - Impossível!

Sim. Impossível. A menos que você durma com frequência no chão, não tenha colchão em casa ou goste da experiência, você não terá conforto com um isolante térmico de EVA. Eles simplesmente foram projetados para não permitir a troca de calor entre o solo e o seu corpo, evitando que sua noite seja mais terrível do que já está sendo (em termos de conforto).

Assim, é fácil concluir que somente o EVA não vai lhe proporcionar uma noite de conforto. Quente sua noite será, mas obviamente o conforto beirará ao zero! Me perguntam: - Ah! Mas se for um isolante e 10 milímetros. Eu respondo: - Ótimo, você terá mais 4 milímetros de conforto!  Independentemente da sua escolha seja 6 mm ou 10 mm, o EVA sempre será o EVA e sua função sempre será apenas isolar o calor do seu corpo. Isto é fato!

Se você busca uma noite quentinha e confortável, é melhor preparar o bolso, pois você está indo para outro nível, ou seja, o nível dos Self-Inflating Air Mattresses e dos Air Pad. Enquanto o primeiro isolante é um híbrido de isolante inflável com espuma inteligente de uretano, os Air Pad's são apenas infláveis. Um ponto relevante a se observar é que pelo fato do Air Pad ser apenas inflável seu R-value (escala de graduação de isolamento térmico) normalmente é um pouco menor que o convencional, o que por outro lado o faz ganhar em quesitos como volume e peso.

Sabendo que o self-inflating air mattresse é um híbrido de espuma e ar, certamente é um pouco mais pesado e volumoso, mas o conforto proporcionado vale as gramas a mais. Óbvio que a atividade desempenhada irá interferir diretamente na sua escolha, mas se você busca conforto, com um isolante híbrido você encontrará!

Mas enfim, depois de toda essa conversa, você já sabe qual foi a minha resposta para a pergunta? Ora eu não sou especialista no tema, mas tenho experiência suficiente para dizer uma coisa ou outra e certamente de todas as coisas que falei, muitas você confirmará na prática vivenciando suas experiências. Minha resposta para a pergunta não foi nem de perto objetiva, mas certamente foi muito pensada e baseada em fatos concretos, visando ajudar ao máximo aos que pretendem se aventurar por aí!

Vamos a minha resposta? Aí está:



    ######, acampar e dormir com conforto é difícil sem um bom equipamento, mas creio que seja possível.


Realmente o EVA é difícil de dormir, pois basicamente é a mesma coisa que dormir no chão. Antes de comprar meu EVA tive a mesma ideia que você teve, ou seja, procurar lojas de materiais de sapataria e etc., mas foi uma busca frustrada, virei Curitiba de ponta cabeça e não achei nenhum EVA de qualidade, que fosse maleável, não tivesse um cheiro insuportável, fosse leve e suficientemente espesso e, acima de tudo, "macio" para se ter uma boa noite de sono. 


Depois de procurar muito, negando pagar R$ 40,00 a R$ 50,00 em um pedaço de EVA vendido nas lojas de montanhismo, passei na Centauro e tinha uns isolantes térmicos de 6 mm, com manta aluminizada, da marca NORD, por R$ 19,00. Ali desisti da procura em casas de sapateiro e cedi aos isolantes industrializados.


Bem, a compra do isolante térmico de EVA na Centauro foi uma compra consciente no seguinte sentido: - "Vou comprar essa 'porcaria', diga-se de passagem muito bom, em termos de qualidade, pois já o tenho há mais de um ano e está como novo (cuidando direitinho), mas não vou usar só o EVA, vou economizar e comprar um isolante inflável ou 'híbrido'". Lembrando que existe uma diferença entre os isolantes simplesmente infláveis e os isolantes "híbridos" (parte infláveis, parte desenvolvidos com espuma de uretano inteligente, isto é, uma espuma com memória). Os mais confortáveis, na minha opinião, são os "híbridos" ou seja os self-inflating air mattresses, típicos isolantes desenvolvidos pela pioneira Therm-a-Rest, que infelizmente praticamente não existem no país. Não sei o motivo, mas nunca vi para comprar. Mesmo sendo difícil encontrar Therm-a-Rest no Brasil, existem ótimas opções como os mattresses da Quechua, marca própria da Decathlon, que estão por volta dos R$ 120,00. Realmente é um pouco salgadinho para quem quer economizar ou não quer investir muito, mas o uso conjugado do EVA com o mattresse ou airpad (isolante inflável) vai cuidar direitinho da sua coluna e proporcionará uma noite bem dormida, o que certamente compensará o valor pago no mattresse ou airpad.


Se tiver interesse em entender a diferença entre o airpad e o self-inflating air mattresses assista esse vídeo:




Minha opinião sincera: Se você quer conforto na natureza, use um isolante de EVA, pode até ser mais fino, conjugado com um "híbrido", lembrando que o saco de dormir, nestas condições, também acaba sendo fundamental. Usando o EVA com o isolante "híbrido" isso irá lhe proporcionar um maior conforto, aumentando também a capacidade isolante de ambos os isolantes, bem como garantindo uma vida útil maior ao isolante "híbrido". Quanto ao isolante inflável, convencional, conheço os da Big Agnes (difícil de achar no Brasil), sei que o R-value (capacidade de isolamento, é uma escala de isolamento) deles é normalmente um pouco mais baixo que o R-value dos "híbridos", mas costuma ser mais leve, pois não tem espuma dentro. Sei também que os infláveis (airpad) são um pouco desconfortáveis de dormir, pois escorregam muito, tendo bastantes reclamações no sentido de que parecem boias de piscina e acabam sendo um pouco desajeitados, mas o peso, volume e isolamento compensam a experiência.


Minha dica é um isolante EVA por baixo e um isolante "híbrido". Aliados a um bom saco de dormir, certamente você terá uma noite de sono maravilhosa!


Bem pessoal, depois de tanta conversa, certamente você já sabe a minha dica, mesmo sendo em certos aspectos minimalista eu não abro mão de um bom saco de dormir e um bom conjunto de isolante térmico!

Reafirmo a minha dica, da batalha entre EVA, Inflável e Híbrido, deixo o inflável para a próxima e decido por aliar o EVA ao isolante Híbrido, que na minha opinião, aliados a um bom saco de dormir e um belo lugar, culminam em uma noite fantástica de sono!

Pessoal esse estudo fica por aqui! Obrigado por nos acompanhar! No mês de outubro estarei em uma expedição para o Pico Paraná, fazer umas gravações e relatos! Em breve teremos mais vídeos de equipamentos, dicas e muito mais só para você!

Nos acompanhe e faça parte das nossas aventuras! Entre em contato conosco pelo nosso Facebook, deixe sua mensagem e venha conosco!

Um grande abraço e boas pernadas!