quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Caminho do Itupava


O caminho do Itupava é uma das trilhas mais belas que a natureza do estado do Paraná proporcionou aos montanhistas e amantes de esportes ao ar livre. Possuindo toda uma carga histórica, isto é, um dos pioneiros e principais caminhos que ligavam a cidade de "Curityba" à Paranaguá, o caminho do Itupava é rico em surpresas. Com seus aproximados 17 km de extensão proporciona àqueles que decidem se aventurar por seus sinuosos caminhos boas risadas, visões estonteantes e aventura!

Com um pouco de estudo da região é possível realizar a trilha tranquilamente, advertindo-se sempre de estar em grupo não inferior à três pessoas, pois o início da caminha se dá em zona urbana e em algumas isoladas vezes aconteceram incidentes. Vale lembrar que foram ínfimas as vezes que ocorreram problemas na trilha, porém é bom advertir os desavisados.

Pois bem, vamos aos relatos da trilha, destacando os principais pontos.

O início da trilha é em Borda do Campo, situado no município de Quatro Barras, cidade satélite de Curitiba.

O começo da trilha não representa sua grandeza e vasta beleza. Inicialmente uma pedreira abandonada, ao passar a pedreira o caminhante se depara com duas trilhas. A trilha situada à esquerda o levará a uma caminha de cinco minutos à cachoeira. A trilha à direita segue para o caminho que levará ao pão de Loth, outro morro da região, e a continuação do caminho do Itupava.

Não há segredos, após o pão de Loth, morro que fica situado à direita da trilha inicia-se a região conhecida como boa vista, que nos remete aos referenciais históricos. A região faz jus ao nome, pois os desbravadores que demarcaram a trilha, ao superar a serra do "Marumby", atingiram um plato onde se podia ter uma vista excepcional.

Comentários a parte, o caminhante, nesta região, após uma subida de aproximadamente 15%, chegará a um local onde se situa um placa com um mapa indicativo da região e logo após um córrego com boa água. Fica a sugestão para um breve parada.

O próximo destino será a casa do Ipiranga, que nas placas ilustrativas do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) aparenta ser muito mais próximo do que realmente é.

Após, algumas subidas e descidas em sequência, sem segredo algum, chega-se à casa do Ipiranga, que mais uma vez nos remete a relatos históricos.

Inicialmente a casa surge como resultado da construção da linha férrea já mencionada anteriormente. Foi uma empreitada realmente majestosa, governos de vários países estiveram envolvidos nesta obra descomunal para a época e até mesmo para os tempos de hoje. Chegaram a trabalhar na obra 9.000 mil homens. Para a manutenção da via, que por muitos anos pertenceu à província do Paraná e seus soberanos, foi construída a casa do Ipiranga, onde residiam os engenheiros. A casa era realmente bela. Por volta de 1996 a linha férrea foi leiloada à atual ALL (América Latina Logística), que automatizou muitos trechos da via, dispensando, deste modo, a mão de obra de muitos empregados que residiam na região e também dos engenheiros que ficavam de plantão na velha casa. Com o abandono, infelizmente vândalos depredaram a estrutura do velho casarão construído com barras de trem. Para quem pretende conhecer o local, sugere-se ir com brevidade, pois certamente não durará muitos mais anos.

Adiante da casa do Ipiranga, o caminho segue cruzando a linha férrea que é sinalizada com uma placa em uma árvore na leve subida à frente. Aí inicia-se uma longa subida para então vir uma grande depressão. Após seguidas subidas e descidas, chega-se a primeira cachoeira. É um bom local para fazer uma pausa.

Passando a primeira cachoeira, a trilha segue rio abaixo (cerca de 50 metros abaixo da cachoeira), encontrando-se a trilha novamente à direita. É simples, siga o caminho das pedras. A colocação na forma de brincadeira é válida. A trilha é muito tranquila em termos de localização, siga sempre o caminho das pedras.

Continuando-se uma breve subida e mais algumas centenas de metros, chega-se a outra cachoeira, a trilha segue cruzando o rio.

Após a segunda cachoeira, inicia-se uma longa descida, que os antigos caminhantes já diziam ser considerada uma grande depressão. Eis a chamada região do Cadeado. Seguindo caminho abaixo, lembra-se aos caminhantes que o auxílio de bastões de caminhada é muito útil, principalmente nos dias de tempo úmido ou pós chuva.

Caminha-se muito em descida de aproximadamente 60% até chegar a um início de corrimões e após escadas, que mais parecem ser construídas para anões. São carinhosamente chamadas de escadas dos anões. Descendo as escadas se chega ao Santuário de Nossa Senhora do Cadeado, uma ótima opção para um lanche e descanso. Deixe seu lixo adequadamente nas latas de lixo, pois o pessoal da ALL realiza a manutenção e coleta de lixo da linha férrea. Os próximos quilômetros não possuem ponto específico para parada, então contemple a vista que em dias de sol permite aos caminhantes contemplar as belezas do mar atlântico e do Conjunto Marumbi.

Seguindo em frente, o caminho continua pela parte posterior do Santuário em uma descida absolutamente escorregadia em dias mais úmidos e chuvosos. É uma bela caminhada contemple e siga com prudência. Os próximos referenciais são os dois rios que serão cruzados, primeiramente o rio Taquaral, que possui suas referências histórias, mas por brevidade não será feita alusão. Aproveite a vista da ponte, é um ótimo local para se observar. Lembre de tomar cuidado. A frente, algumas centenas de metros, chega-se à segunda ponte, a que cruza o rio São João. Após o rio São João a caminhada é breve, mais algumas centenas de metros, quem sabe até um quilômetro, porém a caminha é praticamente no plano, com leves subidas e descidas.

Cumprida esta etapa surge uma escada que culmina em uma estradinha que poderá levar o caminhante à estação Engenheiro Lange que o levará à estação Marumbi. Vale lembrar que a estação Marumbi possui camping, que fica um pouco mais próximo que os campings situados no sentido da cidade de Porto de Cima. Independentemente de sua decisão, importante destacar que tomando o caminho à direita a trilha levará à estação Engenheiro Lange. Seguindo a trilha à esquerda, far-se-á o caminho para Porto de Cima (final do caminho do Itupava). Seguindo para estação Marumbi, serão aproximados 2 a 3 quilômetros em leve subida até a estação Engenheiro Lange e em subida um pouco mais acentuada após a mencionada estação. Optando em seguir para Porto de Cima, serão aproximados 6 quilômetros em leve descida e em terreno plano.

Chegando a porto de cima é possível pegar um trenzinho que leva turistas à cidade de Morretes pelo preço de R$ 3,00 (com posição em dezembro de 2011). Existem também Kombis e táxis que saem mais caros, mas fica a escolha do caminhante. É possível ir à Morretes caminhando em um trajeto de aproximados 7 quilômetros seguindo pela estrada. Recomendo que em dias de muito calor não façam este percurso, salvo se o caminhante estiver bem preparado e acostumado com caminhadas em asfalto, pois o calor excessivo reflete e a temperatura chega até 60° Celsius.

Independentemente do meio escolhido para se chegar à cidade de Morretes, lá é possível tomar um ônibus que segue para a Cidade de Curitiba, porém se adverte que, por cautela, o caminhante compre as passagens antecipadamente, pois, principalmente em finais de semana, a busca é grande e comumente os ônibus voltam lotados. O preço da passagem do ônibus convencional, sinceramente, muito confortável, é R$ 13,95 (com posição em dezembro de 2011).

É um passeio realmente fantástico, perfeito para ser feito em dois dias, ou, para os mais preparados, até mesmo em um dia.

Por fim, aos que pretendem fazer a trilha é possível chegar ao ponto de acesso de ônibus, que parte do terminal do Guadalupe em Curitiba (adverte-se que o local é extremamente perigoso à noite, portanto evite ir para o terminal de madrugada). Ainda, em termos de equipamentos é valioso levar para a trilha bastões de caminhada, água (não há necessidade de excessos, pois a trilha é rica em água), comida que lhe sacie, repelente (principalmente no verão), capa de chuva, botas confortáveis, lanterna (de preferência de cabeça, pois a trilha é escorregadia, sendo importante estar com as mãos livres). Ademais, para aqueles que pretendem fazer a trilha em dois dias, os equipamentos corriqueiros como barraca, isolante térmico, saco de dormir, etc.

Este relato é baseado em experiência própria, atualizada com recente caminhada (10 e 11 de dezembro de 2011).

Seguem algumas fotos do trajeto e da equipe:

Alexandre (Alto loiro), João Henrique, Lucas e Rodrigo (relator).

Da esquerda para a direita: Lucas, João, Ale e Rodrigo.

Trilha após o boa vista (aproximadamente 2 horas de caminhada)


Caranguejeira na trilha.


Antes de chegar à casa do Ipiranga.


Lucas - Casa do Ipiranga.


Da esquerda para a direita: Luca, João e Rodrigo.


Da esquerda para a direita: Lucas, Ale, Rodrigo.



"Piscina" nos fundos da casa do Itupava. João e Ale.

Primeira cachoeira. Ale tomando um banho.


Segunda cachoeirinha. João e Rodrigo.


Lucas barbarizando.


Santuário N.ª do Cadeado



Lucas curtindo um visual e descansando no Cadeado. A trilha segue logo abaixo.


Final do caminho. Pegamos à direito rumo Conjunto Marumbi. Rodrigo e João.



Dia seguinte. Já havíamos passado de Porto de Cima. A equipe se dividiu em Porto de Cima. João e Ale seguiram para Morretes de condução. Lucas e Rodrigo seguiram caminhando.

Lucas e sua companheira. Essa cargueira já deu uns passeios pelo Aconcágua.



Rodrigo e sua recém companheira de caminhadas.


Rodrigo. Chegada em Morretes.


Chegada em Curitiba. Rodrigo. Ônibus para casa.


Lucas e Rodrigo. Mais faceiros que mosca em tampa de xarope.



Perfil de altitude e distância de Borda do Campo via caminho do Itupava até a cidade de Porto de Cima, parada final do caminho original.



Perfil de altitude e distância do final da trilha que culmina início da estrada que à direita leva para a Estação Marumbi.



Perfil de altitude e distância entre a cidade de Porto de Cima e a cidade de Morretes.

4 comentários:

  1. Bacana o post! Só precisa melhorar um pouco o esquema de cores para ficar mais legível. Abraço!

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  2. Valeu Getúlio! Sua dicas são valiosas! Abraço!

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  3. Boa tarde galera... Meu nome é Mariana, sou estudante e estou cursando o último período de Turismo. Aficionada pela natureza, meu tema de TCC é “O Caminho do Itupava como Atrativo Turístico”, onde venho levantando os pontos positivos e negativos que o caminho possui ao longo de sua história, assim como propostas de melhorias para consolidá-lo realmente como atrativo. Estou tendo que fazer a pesquisa em campo para verificar se as minhas propostas são viáveis. Portanto estou aplicando um breve questionário aos frequentadores do Caminho! Peço ajuda e colaboração para quem puder preenchê-lo. Qualquer duvida estou a disposição e desde já agradeço a compreenção... Paaaz!

    https://docs.google.com/forms/d/1Xox1MFuFTFQP55Xo1tDVQZ7fAgUM6DsC7huk7SIII20/viewform?usp=send_form

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  4. Olá gostaria de saber se é possível realizar a trilha de MTB???

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