Olá Pessoal!
A equipe do Pé na Trilha Curitiba deseja a todos um feliz 2012, cheio de aventuras e mochiladas!
Com as energias recuperadas, após alguns dias de férias, a família Pé na Trilha está planejando uma aventura antiga dos Curitibanos e Paranaenses, por diversas vezes já a realizamos, porém nunca relatada com alto nível de detalhe, é ele, o pico mais alto do sul do Brasil, o Pico Paraná.
O planejamento é para o mês de Janeiro. Estamos monitorando o tempo e esperando uma pequena brecha no tempo, pois como a maioria dos montanhistas sabe, o verão, principalmente na região, é repleto de pancadas de chuva e tempestades relâmpago!
Por enquanto, para deixar os leitores animados, vão algumas dicas sobre trekking, esporte tão amado dos trilheiros, mochileiros, aventureiros e amantes da natureza!
Para os iniciantes, uma breve menção sobre a origem do trekking é válida.
O termo trekking possui as primeiras diretrizes por volta do século XIX, na África do Sul. Como muitos sabem a África do Sul passou por um intenso processo de colonização realizada pelas potências da Europa. Neste contexto surge o termo Trekken, que do Africâner, uma espécie de sincretismo linguístico, significada migrar. Vale destacar que essa migração trazia consigo uma carga de sofrimento, resistência e aventura.
Não haviam outros meios de locomoção. O único jeito era se lançar de corpo e mente pelas savanas e selvas a fim de desbravar a Natureza Selvagem!
Com o domínio dos Britânicos, o termo foi absorvido pela língua inglesa e, posteriormente, utilizado vastamente pelos aventureiros que ousavam acessar lugares inóspitos e longínquos.
Ainda existem algumas derivações para o termo, como Hiking, que do inglês, Hiker, significa andarilho.
Certo é que os trekker's já não são simples andarilhos. Os amantes do esporte se tornaram aventureiros de primeira, experientes e super equipados!
Por se falar de experiência e equipamentos, aí surgem as dicas que a equipe Pé na Trilha Curitiba dá quanto aos equipamentos básicos e conhecimentos mínimos para a prática do esporte.
Primeiramente, uma dica muito boa é acessar o site mochileiros (www.mochileiros.com), que eu, Rodrigo, participo ativamente.
Lá, desde de iniciantes a veteranos se encontram em um espaço de troca de dicas sobre tudo de tudo. É realmente um espaço muito rico e precioso para os mochileiros como um todo.
Ao pontuar a questão de equipamento, antes de tudo, é necessário saber o que se pretende fazer. Existem várias modalidades de trekking, que oportunamente a família Pé na Trilha irá trazer aos leitores.
Caso o aventureiro queira fazer um trekking sem pernoite, o equipamento é bem mais light, em todos os sentidos, isto é, financeiro, peso, exigência de resposta e etc.
Por outro lado se a intenção é pernoitar, aí a exigência do equipamento é um pouco maior e, com ela, tudo é um pouco maior, se é que se faz entender.
Por ocasião, vamos dar algumas dicas para um trekking sem pernoite. Para aqueles que pretendem dar um passo além, sairá em breve um artigo fresquinho sobre trekking com pernoite que só aqui vocês podem encontrar em alto nível de detalhamento e sempre com as melhores referências de experiência.
Para iniciar o esporte, são necessários alguns equipamentos mínimos, que, com o passar do tempo, podem ser acompanhados de alguns acessórios que auxiliam no conforto e segurança.
O trekking de um dia, tem como base os seguintes equipamentos: mochila (30 Litros); cantil de água; boné; calça-bermuda; camisa de dry-fit; apito de segurança; relógio; lanterna (de preferência de cabeça) com pilhas reserva; faca de camping ou canivete; celular (sim); bota ou tênis para caminhada amaciado (confortável).
Como equipamentos acessórios, para aumentar o conforto e segurança podem ser utilizados os seguintes: GPS para trilhas; bússola; bastões de caminhada; corda; reservatório de água estilo camelback ou similar (reservatório de água para mochila); binóculos.
Quanto aos equipamentos básicos e acessórios, vamos falar um pouco sobre os principais.
Mochila
As mochilas são sua casa. Nela você levará tudo que é importante para o trekking. Sendo sua casa e transporte de coisas valiosas, você deve dar uma atenção maior na escolha dela.
Primeiramente a atenção se deve ao conforto e o impacto do peso sobre as suas costas. É importante que o peso de uma mochila jamais passe de 1/3 do peso do corpo da pessoa que a carrega.
As característica de uma mochila para um trekking de um dia não são de grande exigência, contudo é importante prestar atenção em algumas dicas.
As mochilas para este tipo de trekking não devem passar de 32 Litros, pois quanto mais espaço, mais bugigangas se leva e, consequentemente, mais peso. Isto, definitivamente, no fim do dia não fará bem.
A mochila preferencialmente deve ser confeccionada em nylon tipo ripstop ou cordura, pois são tecidos altamente resistentes a abrasivos. Assim, a garantia de não rasgarem durante o percurso é elevada, despreocupando o caminhante durante o percurso.
As costas devem ser bem acolchoadas e com uma ventilação de ar agradável, já que após horas de caminhada não é nada agradável estar com as costas ensopadas de suor.
Prefira as mochilas com um perfil mais fino, pois mochilas muito largas podem ser um incomodo ao passar por trilhas com a vegetação mais fechada.
Evite mochilas com muitos penduricalhos, ou seja, muitas fitas soltas e etc. Prefira as mochilas mais funcionais.
A capa de chuva na mochila sempre é importante pois nunca se sabe quando o tempo poderá virar, principalmente no verão.
Uma mochila com espaço dedicado a reservatórios de água do tipo camelback são uma mão na roda, evitam o volume da garrafinhas de água e paradas só para pegá-las.
Quanto ao número de compartimentos, quanto menos divisórias frontais melhor, pois a possibilidade de infiltração de água será menor, caso chova. Ainda, quanto menos número de divisórias, provavelmente menor será o número de penduricalhos. Porém uma mochila com um compartimento central e outro no topo da mochila é a mais indicada.
Essas são as principais características que uma boa mochila para o trekking de um dia pode ter.
Quanto à marcas e preços, há para todos os bolsos e gostos. Marcas nacionais e internacionais possuem boas referências de qualidade e tradição.
No âmbito nacional as mais indicadas são Conquista, Alto Estilo, Trilhas & Rumos e etc.
No âmbito internacional a tradição é maior e, consequentemente, existem mais marcas e modelos disponíveis, contudo os preços são mais elevados. Dentre as melhores se destacam Deuter, Arcteryx, Osprey, Black Diamond, The North Face, Ferrino, Kailash e outras.
Cantis, garrafas de água e reservatórios tipo camelback
São várias opções, das mais rudimentares, como os cantis de couro até os reservatórios camelback e streamer.
Independente da sua escolha, é importante sempre levar água. Água nunca é demais. Deste modo, sempre leve água em excesso, evitando reservatórios que possam furar, rasgar ou contaminar a água.
Quanto a qualidade da água, é importante destacar que existem pastilhas de tratamento de água ou você pode adicionar uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água e deixar a solução descansar por algum tempo.
Lanternas
As lanternas são indispensáveis, ainda que você pretenda retornar antes do anoitecer. Afinal, nunca se sabe o que nos espera no caminho, então é bom prevenir, pois uma noite no meio da mata pode ser bastante assustadora e incomoda se você não estiver bem equipado.
Para um trekking curto, ou seja, de um dia, não é necessário uma lanterna de qualidade excepcional, porém sempre é bom ter um equipamento honesto e com qualidade mínima, que possa lhe dar segurança em situações um pouco mais severas, como chuva, frio e etc.
Existem lanternas para todos os gostos, desde as lanternas militares até as chamadas Headlamps (lanternas de cabeça). Todas servem, porém as Headlamps são as mais indicadas, pois deixam o caminhante com as mãos livres. Isto é um grande diferencial, vez que permitem que o caminhante tenha maior destreza na caminhada, não tomando atenção dele durante o percurso. Estar de mãos livres no meio de uma trilha à noite é muito importante.
Existem diversas opções de Headlamps, desde as mais sofisticadas e caras até as mais simples.
Certo é que a intensidade da luz é relevante e, normalmente, com ela o preço também se torna relevante. Uma lanterna com 50 lumens é ideal para a maior parte das situações, contudo uma lanterna com 30 lumens já é suficiente para aqueles que pretendem fazer uma aventura um pouco menos exigente.
Se você vai para lugares muito frios, prepare-se para gastar com sua lanterna, pois as baterias dela devem durar e o frio, como sabido, não colabora, descarregando as baterias das lanternas de qualidade inferior.
Algumas marcas são referência mundial neste mercado. As marcas internacionais, costumeiramente se destacam pela tradição, mas existem marcas nacionais que competem em preço, possuindo preços mais convidativos, porém muitas vezes deixam desejar quanto à qualidade.
Dentre as marcas internacionais se destacam Petzel, Black Diamond, Princeton, Coleman e etc. Ao mencionar as marcas nacionais, importante destacar que sua fabricação, assim como grande parte das internacionais é chinesa, porém algumas marcas atribuem relativa segurança, dentre elas, as lanternas da Nautika.
Bastões de Trekking ou Trekking Poles
São realmente uma mão na roda, principalmente nas decidas mais acidentadas. Podem reduzir o impacto nos joelhos em até 25%. Com tanta eficiência é um equipamento praticamente indispensável para aqueles que pretendem caminhar com mais segurança e estabilidade.
Como tudo, existem modelos e preços para todos os gostos. Existem bastões para crianças, jovens, obesos e idosos. Atende a todos os públicos.
Nacionalmente não existe nenhuma marca de referência em qualidade, porém algumas marcas vendem equipamentos mínimos e honestos em relação ao custo. Nacionalmente os mais conhecidos são os bastões da Quechua (lojas Decathlon), Azteq (Nautika) e Nord ou Big Wall (lojas Centauro).
A referência em qualidade, são costumeiramente de origem estrangeira. As principais marcas são Black Diamond, Leki, Salomon e outras.
Botas e Tênis
Quanto ao tipo de calçado, para o trekking de um dia não há grande exigência, porém uma única dica fica, não use tênis ou botas novas! Prefira os calçados mais velhos, pois estão mais macios, evitando bolhas e eventuais assaduras.
Caso queira investir um pouco mais, prefira os calçados com solas Vibram e impermeáveis com tecnologia Gore-Tex ou eVent ou se puder investir um pouco mais, escolha calçados com Ion-Mask (membrana hidrofóbica ionizada) e revestimento impermeável (Gore-Tex ou eVent).
Quanto as principais marcas, em regra são estrangeiras, dentre as melhores se encontram Asolo, La esportiva, Hi Tec, Salomon, The North Face, Vasque, Lowa, Merrel, Thimberland e etc.
Com essas dicas certamente sua aventura estará garantida.
Por fim, alguns conselhos, mais que simples dicas.
Conheça bem a região que você está indo, leve um mapa e converse com pessoas que já fizeram o trajeto, ande sempre em grupo, preserve a natureza, não jogue lixo no chão, faça necessidades básicas longe da trilha, rios e mananciais de água, não leve flores, plantas ou animais, não faça fogueiras e curta o passeio.
Depois de curtir sua aventura, ajude-nos a relatar a trilha e entre em contato conosco! Seu relato aqui!
Grande abraço a todos e feliz 2012, é o que a equipe Pé na Trilha Curitiba deseja a todos!
Boa noite Rodrigo.
ResponderExcluirGostei do post, dou uma sugestão de botas nacionais.
Comprei uma Nômade Titã Kevlar, e estou muito contente com ela.